quarta-feira, 6 de julho de 2011

Meu Zen, meu bem ou meu mal?

Preto ou vermelho? Doce ou salgado? Ficar, ou namorar logo de uma vez? Meia calça ou legging? Troco ou fico com o mesmo? Ligo ou não ligo? Abandono ou procuro? Aceito ou me conformo? Permito-me ou é melhor manter-me reservada?

Escolhas.

Difíceis, por vezes banais, algumas que são tomadas sem sequer notarmos, outras que já exigem um pouco mais de tempo, contudo, indiscutivelmente, são essenciais.

Você já parou para pensar em quantas escolhas tem que fazer durante um dia? Decidir em segundos, e arcar com as conseqüências no minuto seguinte? Ok! Tudo bem! Essas, geralmente, não são tão sérias assim, (há controvérsias), por exemplo, se o Vídeo Show parar você na rua, e perguntar se gostaria de se transformar em um determinado artista, e na gravação, que seria durante o seu expediente de trabalho, o seu Chefe te ver na TV Globo, é, isso pode te gerar problemas. Mas, são escolhas não é mesmo?

Por outro lado, existem as escolhas que mal notamos quando estamos na posição de tomá-las, ou que julgamos não merecer tanta importância. Como os sabores de um suco, afinal, já temos as nossas preferências. A cor de uma roupa, que basta alguém dar aquele empurrãozinho que já decidimos. Escolher a noitada da vez, a casa de qual amigo será a reunião, se é melhor cobrar vinte ou trinta reais na entrada da Festa Junina. Se eu vou com algo mais confortável, ou opto por sofrer elegantemente, se espero o almoço demorado dos domingos ou preparo um macarrão instantâneo. Mas não deixam de ser: Escolhas!  


Existem também as denominadas ‘’complicadas’’. Aquelas que quanto mais pensamos, mais nos encontramos perdidos ou desprotegidos, sem coragem e ousadia para decidir. Por mais simples que pareçam aos olhos de terceiros, só nós sabemos o resultado que determinada decisão pode gerar no futuro.  As que exigem a ativação do nosso lado mais racional, até nos deixa de certa forma coagidos, mas com um pouco de esforço, conseguimos fazer a melhor opção (ou mais sensata para o momento), e seguimos em frente. Seja na escolha de qual curso prestar no vestibular, continuar no emprego atual ou arriscar uma nova oportunidade, a tão sonhada compra de um imóvel. Ligar ou não para o ‘’paquera’’, e ser sincera quanto aos seus sentimentos, desistir ou persistir em histórias que o destino já finalizou ou deu uma ‘’pausa’’. Escolhas, não passam de escolhas!

Agora, aquelas que afetam bruscamente um lado, cujo, diversas vezes nos enganamos acreditando que temos total controle, mas no fundo sabemos que vai além de qualquer racionalidade, viabilidade ou bom senso, essas sim são decisões e escolhas verdadeiramente difíceis.


A questão é: Escolho a opção que exige muito esforço, foco, dedicação e renúncia hoje, independente se vou abrir mão de amores, amigos e o que me faz bem, para que amanhã eu colha bons frutos, (correndo o risco de colhê-los sozinho ou relativamente longe de quem você abdicou, e com uma torturante nostalgia do que não foi vivido e aproveitado na época certa). Ou deixo um pouco de lado a ciência exata que a vida não é, e priorizo a paz de espírito, bem-estar, e felicidade de alma, que no final das opções, escolhas e resultados, é o que todos procuram, (ainda que de forma errônea)?

É aí que as mãos começam a suar, o receio surge, o medo insiste em intimidar, e as opiniões e conselhos dos outros, só alimentam a confusão dos nossos pensamentos. Não dá mais para fechar os olhos e cantar: “Mamãe mandou eu escolher esse daqui, mas como eu sou muito teimosa, escolho esse da-qui!”, e tudo se resolver. Seria muito bom, mas infelizmente, as decisões que um adulto, que vive em sociedade, e recebe aquilo que cultiva, não podem ser tomadas como uma brincadeira de Ciranda.  

Não sejamos hipócritas! Sem dúvidas o dinheiro é importante, inclusive muitos momentos felizes são proporcionados graças a ele, ter status e sucesso é bacana, realizar-se naquilo que almeja, muito mais, e como dizem, ‘’para cada escolha há uma renúncia’’. Entretanto, muitas vezes a falta de credulidade no amor, ousadia para arriscar e coragem para optar por aquilo que a sua racionalidade não prevê o resultado, te impede simplesmente de cogitar a hipótese de tentar conciliar determinadas escolhas.

Caso não exista essa possibilidade, por mais difícil que seja, procure encarar da seguinte forma: Hoje X Amanhã. Não como uma ‘’competição’’, e sim aquilo que você prioriza como felicidade e que te complete como ser humano, que indiscutivelmente vai refletir no seu exterior, e naquilo que você vai poder passar de positivo pras pessoas que ainda vão cruzar o seu caminho. E é então que recomeça aquela famosa ‘’Cadeia Alimentar da Alma’’: Escolhas bem tomadas – Bem-estar – Paz – Reflexo no, e para com o Próximo – Retorno em dobro do que foi cultivado.   


Sim ou não. Isso ou aquilo. Este ou aquele. Aqui ou ali.


A vida é feita de escolhas. Elas podem maquiar o encanto do passado, comprometer o presente, e tirar o futuro dos trilhos que o destino reservou. Cuidado com as suas!



3 comentários:

  1. "...A questão é: Escolho a opção que exige muito esforço, foco, dedicação e renúncia hoje, independente se vou abrir mão de amores, amigos e o que me faz bem, para que amanhã eu colha bons frutos, (correndo o risco de colhê-los sozinho ou relativamente longe de quem você abdicou, e com uma torturante nostalgia do que não foi vivido e aproveitado na época certa). Ou deixo um pouco de lado a ciência exata que a vida não é, e priorizo a paz de espírito, bem-estar, e felicidade de alma, que no final das opções, escolhas e resultados, é o que todos procuram, (ainda que de forma errônea)..."

    É Déh, você achou o X da questão.

    Acho que a decepção da renuncia sempre existe, mais não pode chegar ao ponto de trazer só lamento para a vida de alguem, tem uma musica do Ultraje que diz "É melhor se arrepender do que ser fez do que não ter tido a coragem de fazer"

    Eu vou meio que por esse caminho, prefiro seguir meus instintos nas minhas escolhas, e se la na frente vier a quebrar a cara, pelo menos vou conseguir tirar algum aprendizado, o bom de fazer isso é que você consegue reunir forças pra recomeçar.

    ótima leitura, ótimo blog!

    Parabéns Déh!
    ;*


    Rafael Pará.

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  2. Quando me perguntam se eu acredito em destino, respondo que sim; mas não nesse destino premeditado e sim num variável. E o que determina essa variação são justamente as nossas Escolhas. Principalmente essas que tem uma consequência a longo prazo, que não sabemos de cara o que vai acontecer.
    O jeito é conciliar o prazer e o bem-estar pessoal com o lado profissional, mantendo um equilíbrio entre eles (mas eu sei que isso é muito difícil). Porque nunca teremos 100% de certeza sobre as implicações de nossas escolhas.

    Foi uma reflexão muito interessante, como sempre.
    Até a próxima!

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  3. A parte mais difícil da vida são as escolhas. Driblam a gente e as vezes nos deixa no estreito e no escuro. Optar por algumas coisas nem sempre é fácil. Atitudes que te faz perder e ganhar. Escolhas são mesmo decisões extremamente estreitas. Tomar iniciativa, optar pelo mais favorável. Surgem todos os pontos de interrogação. E quando optamos por escolhas erradas, não seria assim se não fosse as dúvidas. Por isso esse mundo é esse vai e vem: opções e iniciativa. Escolhas... é, isso nos aperta contra a parede. Seria fácil se soubessemos sempre escolher o certo. Nem sempre é assim!

    Déborah, que lindo texto! Você escreve tão bem. A forma como você usa as palavras é inteligente e nos faz ficar por dentro do assunto com todos os detalhes. Gosto muito disso em você!

    Ótima semana!
    Beijo, Ana.

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